setembro 01, 2016

Sobre mim.

Os dedos tamborilam no teclado
Nada sai
A cabeça está a mil, numa tormenta louca onde os pensamentos não se organizam
Tento organiza-los aqui
Escrever nada mais é do que olho do furação de quem sou
O lugar seguro onde tudo emudece e eu consigo me olhar
De dentro, para dentro.


Eu sou o que sou
E isso é muito mais complexo do que parece

Uma vez me disseram que eu parecia uma bomba-relógio nos últimos segundos
Prestes a estourar
Eu tinha dezessete anos, e dez anos depois, o relógio continua contando
Ninguém nunca soube qual fio cortar

A verdade é que não me escondo, mas não me mostro inteira
Não precisa
Profundidade assusta e poucas criaturas vivem lá
Só olhar o mar


Gosto da comparação com o mar
Prepotência minha ou não
Ninguém me conhece melhor que eu
E eu conheço minha imensidão

Não disse que ela é bonita, longe disso
Não estou me poetizando
Romanceando qualquer característica de mim
Como toda imensidão, existem lugares em mim onde a luz não toca



Eu sou uma completa bagunça

Só que eu não ligo
Eu não ligo de ser bagunçada
Eu sou o que sou
E isso é muito mais simples do que parece

Eu não vou fingir
Eu não vou mentir
Muito embora eu tenha uma incrível capacidade de persuasão
Ela só funciona quando eu acredito no que estou dizendo
Eu sou o que sou
E isso é muito mais do que querem que eu seja

Outra vez me disseram que eu vivia em "anos de cachorro"
Um pra oito
Faz sentido também
Não sei fazer as coisas pela metade
Não conheço o meio termo, a politicagem, a diplomacia
Eu sou o que sou
E isso é muito mais intenso do que parece

E por mais que eu viva recolhendo cacos e me remontando
Eu não escondo minhas marcas
Elas tem sua beleza também
Eu sou o que sou
E me tornar assim foi muito mais doloroso do que parece

Você pode conhecer meus hábitos
E minhas bebidas preferidas
Minhas crenças
E toda e qualquer outra coisa que me pertença
Eu sou o que sou
E o que eu faço não é minha essência






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