agosto 25, 2016

Inesgotável

Sinto-me uma fonte inesgotável de palavras
Vomito sentimentos através das pontas dos dedos
Como uma malabarista balança em cima da corda na ponta dos pés
Sempre tomando cuidado para não cair
Não quero mergulhar em letras
Ou talvez não queira mergulhar em sentimentos, não agora.
Tênue linha para não enlouquecer com as mesquinharias do meu coração
Na verdade é bastante complicado ter certeza de tudo e não ter certeza de nada.
Ainda ontem eu ouvi o quanto estava tudo uma bagunça comigo, e como eu suportava aquilo de forma tão leve
Leve?
Citaram resiliência e inclusive sugeriram que seria uma boa palavra pra mim.
Talvez seja, talvez não.
Ainda não sei e não preciso saber.
Esse não é mais um poema quase bem construído.
Não tem rimas ou métrica ou metáforas para quaisquer que sejam minha intenções.
Ele começou como um, mas como sempre eu me dou ao direito de mudar de ideia no meio do caminho.
Seja qual caminho for.
Eu não tenho casa, literalmente.
E isso não me preocupou por um milésimo de segundo.
Eu não tenho amor, não literalmente.
E isso me tira o sono, a fome e todo o resto
Durante o dia inteiro
Todos os dias
Da última semana.
São sete dias de martírio e marasmo
De culpa e dúvida
Pelo simples fato de que tive certeza,
Em um pequeno e especial momento
Coisa que há muito eu não tinha.
Pode ser uma compensação imbecil
Pode ser uma válvula de escape
Pode ser...
Mas dói.
E dor é bom.
Não, eu não sou masoquista ou sádica (talvez um pouco da segunda opção mas deixa pra uma próxima oportunidade.)
Mas dor lembra a gente que a gente está vivo, dor lembra a gente que ainda é possível sentir algo
Ainda que seja dor.

Em sete dias eu experimentei tantas emoções, que talvez algumas delas não tenham nome ainda.
Em sete dias eu vivi um mês e um ano.
Em sete dias eu vivi uma vida, porque vivi um amor.

E ao sétimo dia meu coração descansa
Feliz
e em paz.

Sei lá, a vida tem desses mistérios.


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